Magalhães, ou Magalhaens, é um sobrenome toponímico, isto é, que tem origem no nome de um local, cujo uso remonta ao séc. XIII. Deriva do nome de uma torre em São Martinho do Paço Vedro, hoje freguesia de Paço Vedro de Magalhães, concelho de Ponte da Barca, região tradicional do Minho, no norte de Portugal.
Existem várias abordagens quanto à genealogia da primeira família a usar o nome. Uma propõe Rui Fernandes de Magalhães como o tronco mais antigo da linhagem, senhor da honra da quintã da Torre de S. Martinho de Magalhães e do couto de Fontarcada, na Póvoa de Lanhoso. Outros adiantam Afonso Rodrigues de Magalhães como o utilizador mais antigo do nome, o qual poderá ter sido, eventualmente, filho de Rui. Era raçoeiro do Mosteiro de Tibães e do seu casamento com D. Alda
Martins de Castelões terá dado descendência que deu continuidade ao apelido de família. Entre os Magalhães contam-se ainda personalidades importantes, pelo menos em título, de entre as quais gerações de barões, condes, senhores, viscondes e viscondessas, para além de governadores de ex-colónias ultramarinas, ministros, militares e cavaleiros das ordens de Cristo, de Malta e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Ufa, pausa para respirar; são realmente muitos títulos, o que evidencia a importância deste apelido.
A figura mundial mais proeminente que usou este nome foi, sem sombra de dúvida, o navegador português
Fernão de Magalhães (1480-1521). Nascido no seio de uma família pobre, na vila de Sabrosa, Trás-os-Montes, o seu espírito de aventura e de explorador nato levou-o, algo literalmente, às estrelas. Ao serviço da coroa espanhola, organizou a primeira viagem de circum-navegação do planeta, algo de magnitude gigantesca para o tempo, como que a viagem à Lua da altura. Foi ainda o primeiro a cruzar o Oceano Pacífico, o qual nomeou e no qual entrou por um estreito na Terra do Fogo, no extremo sul do continente americano, estreito esse que hoje tem o seu nome. Infortunadamente, pereceu numa batalha nas Filipinas aquando da grande volta ao mundo, mas o seu nome perdura em grande apreço como o nome de duas galáxias-satélites da nossa, a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães (imagem). Ambas podem ser vistas a olho nu no hemisfério sul, entre o equador e o Pólo Sul, tal como Fernão de Magalhães o fez. Ter galáxias em nosso nome (ou, pelo menos, com o nosso nome), esses conjuntos de milhares de milhões de estrelas e de infinitos mistérios, não é, realmente, para todos.
Brasão de Armas:
De prata, três faixas xadrezadas de vermelho e prata, de três tiras. Timbre: um abutre de sua cor, estendido e armado de ouro. Outros Magalhães usam um escudo esquartelado, sendo os primeiro e quarto
de prata, uma árvore arrancada de verde, e os segundo e terceiro de
azul, uma cruz de ouro florenciada e vazia. Timbre: a árvore do escudo.